12 janeiro 2003

É Lula-lá e cá também!

Depois de incansáveis e exaustivas negociações, o Presidente Lula, o Luiz Inácio, é o mais novo colaborador deste blog. Vai assinar (?) uma coluna sobre a sua rotina como presidente sempre que tiver uma folguinha.

- Presidente, por que fazer uma coluna?
- Eu já tinha feito muita coisa na minha vida como metalúrgico, menos uma coluna.
- Vossa Excelência não pensou em criar um blog?
- Esse negócio de blog num ia dar certo. Já pensou eu falando toda hora, acesse o meu blog, o blog do Lula, blogdolula.blogspot.com? É muito “l” no meio... Se ainda fosse brogspot...
- E qual a razão que o levou a aceitar a proposta do “Comentando” e não de outro blog ou site?
- Efetivamente, companheiro, eu já havia sido sondado pelo “No mínimo”. Mas achei que era sacanagem do Tutty... Eu No mínimo? Tudo bem, comigo é “não” mínimo mesmo, mas quis evitar trocadilhos infames. O cargo de presidente exige respeito...
- E qual vai ser a linha editorial da coluna?
- Ainda não sei... por mim usava linha 10 com cerol dos meus tempos de infância...
- Pra encerrar, presidente, qual a sua mensagem pros seus futuros leitores?
- Leitores? Leitor é pro Beto Santos. Eu quero eleitores. Vou precisar deles nas próximas eleições presidenciais...

Então, com vocês...



Companheiros blogueiros,

Nesta minha primeira coluna, gostaria de dizer ao povo brasileiro que não precisa se preocupar. Sei das minhas inúmeras obrigações como presidente do Brasil: não deixar o ”mercadante” nervoso, ajudar a Marisa na faxina e limpeza dos vidros, dar autógrafos na porta da Granja do Torto, andar de mobilete e jogar uma pelada no fim de semana com os amigos.

Mesmo assim, como precisava sair um pouco desta cansativa rotina, resolvi aceitar o convite. Demorei a responder porque, seguindo o estatuto do PT, tive que fazer uma assembléia com os nossos filiados e a vitória foi por esmagadora maioria, com apenas dois votos contrários: o da Marisa (acho que ela ficou preocupada com a possibilidade de perder o auxílio na limpeza das vidraças) e um “Zé mané” de São Paulo, que não era aquele outro mané paulista, o Zé Dirceu.

Efetivamente, não escreverei muito. Nem poderia, se quisesse. Com apenas nove dedos, terei dificuldades em digitar as letras “a”, “q” e “z”, mas nada que não possa ser resolvido com o auxílio de um dos muitos puxa-sacos, digo, assessores palacianos. Aliás, nunca vi tanta gente prestativa na minha vida. Eles prestam atenção em tudo e vivem dizendo pelos cantos que o governo não presta.

Agora que eu estava começando a gostar disso, meu ajudante-de-ordens, o Demerval, acaba de entrar no gabinete trazendo um sanduíche de carne assada embrulhado num papel de pão com meu monograma gravado que a Marisa acabou de preparar na cozinha pra zerar a minha fome. Além disso, o Seu Alcineu, motorista do ônibus da caravana “pobretour”, não pára de buzinar lá fora. Como não posso quebrar o protocolo nem a fuça dele, tenho que ir, mas breve estarei de volta, falando um pouco mais dessa estafante vida de presidente.

Demervaaaaaaaaaaaaal, avisa pro Alcineu que eu já tô indo, pombas!

PT Saudações.

Lula, o Luiz Inácio.