14 novembro 2002

Noitadas

Em Fernando de Noronha, você tem várias opções de diversão à noite: Assiste a uma palestra estilo Globo Repórter-National Geographic na sede do Ibama ou vai ao Forró do Bar do Cachorrão.

Na palestra do Ibama, um assunto por noite, durante uma hora, a partir das 21 horas. Como os temas se repetem depois de uma semana, ela passará a ser uma espécie de “vale a pena ver de novo” pra você.

O Forró do Cachorrão confesso que não vi. Não faz o meu estilo e, segundo informação de quem foi, nunca tinha hora certa pra começar. Havia uma banda tocando ao vivo (fato raro), mas nas outras noites o som era de CD mesmo.

Duas passagens em relação às palestras.

Numa sobre tubarões, uma certeza: se ela fosse apresentada durante o vôo pra lá, aposto que metade dos turistas voltaria do aeroporto e a outra metade não colocaria os pés nas águas por medo. Mas no final o palestrante esclareceu que não havia registro de ataques de tubarões a turistas na Ilha. Pelo menos até aquele dia.

Na outra, sobre as Ilhas São Pedro e São Paulo, localizadas no meio do Oceano Atlântico, entre o Brasil e a África, cerca de 60 horas de viagem de navio até lá, base pra estudos da vida marinha e dos pássaros, o melhor momento do oceanógrafo que trabalha por lá, fazendo pesquisas:

Estava ele naquele fim de mundo, quando recebeu, via rádio, o pedido da chefia pra que contasse o número de pássaros de uma certa espécie que habitava a ilha. Ele argumentou que seria impossível fazer a contagem, pois os pássaros voavam e pousavam em bandos. Obteve como resposta “que oceanógrafo é você? Estudou numa das melhores universidades, fez pós-graduação, cursos e tal e não consegue fazer uma contagem mixuruca? Se vira, rapaz.”

No dia seguinte, ele pegou o rádio e afirmou categórico:

- Olha, fiz o que você pediu. Contei 1.013 pássaros.

- 1.013?! Como é que você achou esse número, indagou a chefia, surpresa com a precisa resposta.

- Ahhh... eu contei até 13, mas depois devem ter passado uns 1.000...