20 maio 2003

Eu fui!



Resolvi visitar a Bienal do Livro como todo carioca que assina pelo menos o nome vem fazendo. Localizada no Riocentro, que de centro do Rio só tem o nome, pois o lugar fica a uns 40 quilômetros do centro da cidade, escolhi o domingo pela manhã, pois a família Santos iria em bloco.

Cheguei quinze minutos antes da abertura da Feira. Após ser extorquido em 7 reais de estacionamento, uma fila de cerca de cem pessoas nas bilheterias me fazia a recepção. Como estamos no Brasil e mais precisamente no Rio, as bilheterias não foram abertas um pouco antes do horário. Pontualmente às dez da matina, uma (eu disse uma) começou a vender os ingressos. Cinco minutos depois, já eram quatro bilheterias abertas para outras vinte fechadas. Após meia hora e vinte reais gastos, consegui entrar.

Um pequeno detalhe: apesar de eles não informarem, a Bienal do Livro começa na fila da bilheteria. Por isso, leve um livro pra ficar lendo enquanto você cria mofo por ali.

Lá dentro, pouquíssimas promoções de livros (exceto alguns livros infantis). Os preços praticamente os mesmos de qualquer livraria. Descontos, somente para professores. Participar de debates, palestras etc, nem pensar. Uma fila pras senhas e outra na hora da entrada.

Gente. Muita gente. Cada vez mais gente. Na hora em que fui embora (três da tarde), parecia uma enxurrada.

Apesar de considerar a Bienal do Livro uma iniciativa positiva, que movimenta a cidade, atrai o interesse pela leitura etc., fiquei com a impressão de algo muito frio, sem graça. Não sei se vocês me entendem, mas acho que se deveria pensar em dar ao evento um certo molho, aliviando um pouco a sensação de que você está num grande shopping repleto de livrarias. A venda de livros é importante, todo mundo compreende, no entanto isso poderia ser feito talvez de uma forma diferente, com um pouco mais de alma, sei lá. Fica a sugestão.



Por falar em

Impressionante e inacreditável a falta de bom senso da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Resolveram fazer uma blitz na avenida que dá acesso aos dois estacionamentos do Riocentro, domingo passado, durante a Bienal do Livro. Como cheguei e saí cedo, não fui muito afetado. Mas provavelmente quem chegou mais tarde deve ter passado um sufoco. Parabéns a anta-autora da idéia.