20 maio 2003

Vinícius

Nesse domingo pela manhã, ao tentar escapar de uma falsa blitz em Cascadura, subúrbio do Rio, o namorado da irmã da minha cunhada, entrou para a estatística daqueles que morrem estupidamente. Baleado ao volante, não resistiu ao ferimento. Aos 26 anos, com uma carreira promissora dentro da Petrobrás iniciada aos 18 anos como estagiário, ele não vai mais animar as festas de aniversário nos playgrounds da vida como DJ, seu hobby nas horas vagas. Nem ajudar seus pais a cuidar de seu único irmão, mais novo do que ele, que nasceu com uma deficiência na fala.

Conhecedor dos perigos da cidade, avisou a mãe que não voltaria pra casa de madrugada, após sair com uns amigos. Esperou o dia amanhecer, mas nem isso adiantou. Um tiro, e bastou um, pra que ele fosse mais uma vítima dessa violência insuportável.

Até quando?